O cigarro causa fertilidade?

Cada vez mais estudos estão alertando sobre os perigos do tabagismo, não apenas para os fumantes, mas também para os chamados fumantes passivos, que são aqueles que não fumam, mas ficam expostos ao fumo de outras pessoas no ambiente. Embora muito se fale sobre os danos do cigarro ao coração, como o aumento do risco de doenças cardiovasculares, problemas respiratórios e câncer de pulmão e boca, é importante ressaltar que o tabaco também afeta negativamente o sistema reprodutor tanto masculino quanto feminino, podendo levar à infertilidade.

Fumantes e fertilidade

Segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, homens e mulheres que fumam têm três vezes mais chances de se tornarem inférteis em comparação com os não fumantes. É importante lembrar que qualquer produto derivado do tabaco, como charutos e cachimbos, apresentam os mesmos riscos do cigarro. Portanto, é altamente recomendado parar de fumar se você deseja ter filhos.

Cigarro e fertilidade feminina

De acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, 13% dos casos de infertilidade feminina podem ser atribuídos ao tabagismo. Mulheres que fumam 20 cigarros por dia têm sua fertilidade reduzida em 25%, e aquelas que fumam uma quantidade maior podem ter uma redução de até 43%.

Existem várias substâncias e componentes no cigarro, como nicotina, alcatrão e monóxido de carbono, que afetam diretamente o sistema reprodutor tanto de homens quanto de mulheres. Essas substâncias tóxicas causam oxidação nos óvulos, resultando em uma diminuição drástica na quantidade e qualidade dos mesmos. Essa redução no estoque de óvulos pode estar relacionada ao fato de que fumantes têm maior probabilidade de entrar na menopausa mais cedo do que as não fumantes.

Alterações causadas pelo cigarro nas mulheres

A motilidade das tubas uterinas também pode ser afetada, dificultando a implantação do embrião caso ocorra a fecundação, além de aumentar o risco de aborto (em até 27%) e gravidez ectópica (nas tubas). No caso de uma gestação bem-sucedida, as fumantes têm maior probabilidade de enfrentar problemas gestacionais, como placenta prévia e parto prematuro.

Estudos científicos também demonstraram que as taxas de fertilização e crescimento dos embriões nos tratamentos de Fertilização in Vitro são menores para as mulheres fumantes, o que resulta em necessidade de tentativas duas vezes maior do que as não fumantes, além de exigir uma maior quantidade de hormônios para estimular a ovulação.

Cigarro e fertilidade masculina

Os homens também podem sofrer impotência devido ao tabagismo. Pesquisadores da Universidade de Saarland, na Alemanha, descobriram que os homens fumantes apresentam taxas mais baixas de proteína P2, que é essencial para o desenvolvimento dos cromossomos e reprodução. A deficiência dessa proteína pode levar à infertilidade. Além disso, os danos causados pelo cigarro reduzem a produção de espermatozoides e afetam sua qualidade, dificultando a fecundação.

O cigarro também afeta a motilidade dos espermatozoides, ou seja, mesmo que o homem produza espermatozoides, a maioria deles não é capaz de se locomover adequadamente e, consequentemente, não consegue chegar ao óvulo para fecundá-lo. Ao afetar a qualidade do esperma, o problema de fertilidade não se limita apenas a uma concepção natural. O consumo de cigarro também prejudica os tratamentos de fertilização assistida, pois é necessário que o homem produza espermatozoides de qualidade para aumentar as chances de fertilização.

Em resumo

O tabagismo tem um impacto significativo na fertilidade tanto masculina quanto feminina. Para aumentar as chances de concepção e garantir uma saúde reprodutiva adequada, é altamente recomendado que tanto homens quanto mulheres parem de fumar e evitem a exposição ao fumo passivo.